Paulo B. Wanderley
Podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que a oratória acompanha a história da humanidade, desde os seus primórdios. Dá para imaginarmos o princípio, quando os homens ainda nas cavernas ou nas savanas, em campo aberto, balbuciavam os primeiros sons acompanhados de muitos gestos, grotescos às vezes, para se fazerem entender. Era o despertar da comunicação verbal e não verbal no relacionamento dos humanos.
A comunicação naqueles idos já usava muitos sinais gráficos, como os desenhos deixados nas paredes das cavernas, os quais se perpetuaram na história. Eram usados, também, sinais de fogo. Tempos depois, não se sabe quando, a espécie humana criaria a fala. Por volta de 4000 a.C na antiga Mesopotâmia a escrita foi elaborada e criada pelos sumérios e pelos egípcios antigos.
Corre o tempo, décadas, séculos e milênios, e nos deparamos com duas regiões, que indiscutivelmente, foram berço daqueles que seriam os maiores oradores da humanidade: Roma e Grécia. Cícero, Sócrates, Aristóteles e Demóstenes são exemplos incontestáveis. Demóstenes que tinha problemas sérios de gagueira, de dicção, de articulação e também de postura, nos dá um grande exemplo de força e determinação. Ele cria e utiliza métodos para corrigir todos os seus problemas de postura e verbalização, para se tornar o maior orador da Grécia Antiga.
Próximo da metade do século XV Johannes Gutemberg, cujo nome verdadeiro era Henne Gänsfleisch zur Laden, criaria a prensa, primeira máquina de reproduzir textos, e começávamos a ter registros muito mais precisos e preciosos dos nossos ancestrais. Se a escrita cuneiforme da Mesopotâmia já nos garantia registros da mais alta importância de antigos e notáveis oradores imagine você quão relevante foi a criação de Gutemberg.
Continuemos nossa viagem pela história tendo sempre em mente os grandes oradores. Jesus Cristo, o maior deles, João Batista, o apóstolo, Hitler, Mussolini, Mahatma Gandhi, dentre muitos outros. No Novo Continente tomamos conhecimento de Abraham Lincoln, depois Martin Luther King e mais tarde John F. Kennedy. Abaixo da linha do Equador três tribunos deixam suas marcas registradas na história do nosso país, Rui Barbosa, o Águia de Haia e grande tribuno baiano, Gaspar Silveira Martins, sem sombra de dúvida, um grande tribuno e Joaquim Nabuco, segundo Reinaldo Polito, o maior orador do Brasil e mais recentemente Brizola que, entre afirmações fortes e questionamentos contundentes, usava com maestria o silêncio deixando todos perplexos e ávidos pelas suas conclusões.
Na medida em que o homem evolui com a oratória, torna-se evidente que o domínio do bom uso da palavra falada era privilégio de algumas categorias como os religiosos, os políticos e os advogados, donos de uma eloqüência invejável fruto de muito estudo e dedicação às essas atividades práticas.
ORATÓRIA MODERNA
A oratória moderna revela que as platéias, hoje, clamam por oradores que digam mensagens claras e recheadas de valores agregados. Que dialoguem com elas, sempre que possível, facilitando a comunicação de idéias de forma que estas sejam captadas na íntegra pelos seus interlocutores. Isto é comunicação pura e só se produz utilizando a linguagem simples e direta, a linguagem coloquial. Esse é um ponto importante a ser considerado pelo orador moderno.
A oratória moderna exige do expositor cuidados com o lado prático. O orador, longe das suas platéias, deve assumir-se como um pesquisador atento, pois a informação é um produto volátil, perecível. Deve gerenciar as apresentações todas, de pequena, de média e longa duração. Deve ser um planejador, um estrategista e fazer o investimento necessário na certeza de que o retorno será garantido, que vale a pena. Participar de cursos de oratória é imprescindível para incorporar as técnicas de comunicação e apresentação.
“A quem você quiser convencer de suas idéias, dê o exemplo vivo de suas ações” Ricardo Paulo - Economista e Publicitário.
Uma outra questão é que a construção do conhecimento deve se dar em nível de autoridade. Devemos ser exaustivos na fase da pesquisa do conteúdo do tema central, na busca de fatos, dados e exemplos a serem utilizados. Tudo que é conseguido, durante as pesquisas, na fase da exploração passa a dar suporte e sustentação ao trabalho escrito e montagem da apresentação, que antecedem a atuação do expositor e aí se recomenda que para cada hora de exposição se disponibilize no mínimo dez horas de estudos. Se a pesquisa, o trabalho teórico e montagem da palestra refletem a experiência profissional que o expositor tem com o tema a ser abordado, devemos, agora, desenvolver a prática da fala em público daquilo que foi absorvido para que esse conhecimento profundo seja consolidado e suas palavras transmitam convicção. Quem fala com convicção influencia, interage, e quem tem esse nível de competência não receia as perguntas vindas da platéia.
Mas é bom lembrar que embora o orador moderno, mesmo já tendo um conhecimento consolidado e já sendo considerado autoridade no assunto, precisa desenvolver outras competências e diferenciais para que o seu público o tenha como o melhor para discorrer sobre o tema.
ATITUDES DO ORADOR
A atitude é uma maneira de proceder. Só a atitude vai fazer você sair do lugar comum. Só a atitude faz você partir para a ação. Sair da zona de conforto, passar pela zona de turbulência ou zona de desconforto para chegar ao sucesso e se manter fazendo sucesso. É uma decisão pessoal.
"Não existe atalho algum para o desenvolvimento. A lei da colheita nos governa. Sempre colhemos o que semeamos, nem mais, nem menos".
Stephen Covey em seu livro Os Sete Hábitos das Pessoas Muito Eficazes
Então o orador moderno deve procurar:
E POR QUE INVESTIR EM TUDO ISSO?
“Cada um de nós constrói a sua história e cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.”
Trecho da música TOCANDO EM FRENTE
Almir Sater e Renato Teixeira
1º Porque estamos na Era do Conhecimento, da Tecnologia, do Comprometimento e da exigência de competências. Para ser competitivo você precisa ter diferenciais. Precisa ter competências essenciais para galgar posições, se manter ou se colocar como profissional no mercado de trabalho.
2º Porque você vai saber se conduzir muito melhor ao ministrar palestras, conferências, aulas, entrevistas ou participar de reuniões.
3º Porque você precisa saber como ordenar com eficácia os seus pensamentos e idéias.
4º Porque você não vai querer decepcionar as pessoas que lhe depositam confiança nem seus entes queridos.
5º Porque você merece e precisa ser feliz.
Concluo dizendo que essas são as razões mais explícitas embora já devas ter identificado inúmeras outras para falar em público. Por que existem 1001 delas, ou mais, para se controlar a tensão nervosa, o medo de falar em público, ser o dono da situação e trilhar o caminho para se consolidar como um orador moderno, senhor de si, seguro, eloqüente e bem sucedido.