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Oratória - Uma arte ao alcance de todos

 Paulo B. Wanderley

O homem tem grandes diferenciais em relação aos outros seres terrenos. É possuidor da razão, pensa no passado, no presente e no futuro. Tem a capacidade de criar, de modificar e de antecipar situações. Esses diferenciais fazem com que nos dediquemos a pensar muito no passado, com sentimento de culpa por não termos dado importância e a devida responsabilidade ao enfrentamento das oportunidades surgidas e perdidas. O pensamento no momento presente é quase insignificante, 5% do nosso tempo, aproximadamente, o que nos leva, muitas vezes, a perder o foco das nossas ações. Por fim, pensamos de forma significativa no futuro, e esse pensamento vem repleto de ansiedade porque não sabemos se estamos preparados para essas novas realidades.
É então, exatamente no momento em que pensamos no futuro, e o futuro começa já, logo após o momento presente, que se encaixa direitinho o medo de falar em público, se tivermos a expectativa de enfrentar um auditório num curto ou médio prazo.

• O que é o medo de falar em público?

O medo de falar em público, enfrentando platéias é um processo interno que faz as nossas entranhas virar um vulcão em plena erupção, deixando-nos inseguros. É assim que você se sente ao enfrentar um auditório? Não se preocupe, os melhores palestrantes, advogados, consultores e professores do mundo inteiro enfrentam estes mesmos problemas. Ficar tenso, paralisado, desajeitado, inibido, garganta seca, ofegante, voz trêmula, frio na barriga, coração batendo mais forte ou uma grande vontade de ir ao toalete. Existem, ainda, outros fatores que influenciam e que põem em risco o nosso desempenho ao falar em público: a falta de preparo, a baixa auto-estima, a possibilidade de dar vexames, dar um branco e o excesso de perfeccionismo. Tudo pode acontecer com qualquer profissional que se arrisca a falar em público, mesmo aqueles que já são experientes.

• O que nos resta fazer?

 O problema mais grave está na falta de conhecimento das Técnicas de Oratória, de Comunicação e de Apresentação e na falta de prática. Podemos dizer que dos 100% que compõe o nosso poder de comunicação, 80% vem do conhecimento do conteúdo do tema central. É o conhecimento técnico. Os 20% restante são técnicas, mas sem estas o conhecimento fica comprometido.
Resta-nos, então, desenvolvermos as técnicas que são oferecidas e ensinadas, inicialmente, nos cursos de Oratória, de Formação de Instrutores ou de Preparação de Multiplicadores. Claro, existem pessoas que são mais extrovertidas e se dão bem atuando como expositor. Pode ser a genética ou, quem sabe, uma “mão divina”, pode ser influência do meio, os pais são bons oradores ou ainda o exemplo de algum parente. Mas, e os pobres mortais, que desde pequenos ou por volta da adolescência começam a enfrentar os primeiros e traumáticos problemas da fala em público, frutos da falta de orientação. Orientação que não faz parte do programa escolar e muito menos é dada pelos pais, de forma sistemática.

Sugiro a você que enfrente este problema agora, sem demora. Você não precisa, nem deve ficar fugindo dessas situações pelo resto da vida. Faça isso por você. Se não encontrar, por si só, essa motivação, pense nas pessoas que o amam. Seu filho, por exemplo. Como será dolorido e decepcionante para ele vê-lo fracassar simplesmente porque você decidiu de forma errada, submetendo-se ao medo de falar em público.

• Vamos falar em público?

• • Comece por tomar a decisão e parta para a ação. Participe de cursos de oratória.
  • Aproveite as chances que surgirem e crie as oportunidades que você julga pertinentes, através do discernimento, para atuar como expositor,
  • Conheça e desenvolva as qualidades ou características inerentes ao bom expositor. São qualidades como: coragem, conhecimento, poder de síntese ou expansão, entusiasmo, determinação, criatividade, etc.
  • Descubra e potencialize os seus pontos fortes e administre os que precisam melhorar.
  • Saiba como reduzir o medo e a tensão nervosa, combater a inibição e falar de improviso. Você vai conviver com dicas para reduzir a tensão nervosa que aflinge os profissionais nos quatro minutos que antecedem a fala e nos quatro minutos após o início, como evitar o branco, como controlar o medo, como fazer pequenas, médias e grandes apresentações;
  • Desenvolva a capacidade de ouvir. É importante e ajuda a entender como pensam os nossos interlocutores;
  • Aprenda mais sobre expressão corporal, principalmente sobre o uso das mãos e das pernas e a importância da expressividade do corpo como um todo, o corpo fala e tem grande influência na comunicação;
  • Saiba como estruturar as suas apresentações. É importante planejar. Saber como começar, como conduzir e como concluir com eficácia.

Por fim, desenvolva competências. É importante verticalizar o conhecimento e se tornar um especialista, um grande conhecedor de um determinado assunto ou área. Como também é importante horizontalizar conhecimentos, saber conversar o que todos conversam, para ter assunto nas abordagens dentro e fora das apresentações.
É imprescindível a leitura de bons livros, revistas, jornais, acessar a internet e assistir a bons filmes e mantenha-se atualizado com as notícias dos telejornais. Procure se familiarizar com as tecnologias que dão suporte à produção do conhecimento e às apresentações. Faça uso do marketing pessoal. É importante ter domínio sobre o assunto que será abordado, como, também, é indispensável estar bem vestido para as ocasiões. Lembre-se que o seu público primeiro o vê, depois o escuta. SUCESSO!